quinta-feira, 22 de julho de 2010

Projeto da rodovia turística é fantasma

O edital de licitação da obra da rodovia turística, que vai li gar Porto Belo a Bombinhas, tem um plano de construção diferente do projeto escolhi do em audiências públicas. “É uma alternativa fantasma”, diz o procurador Roger Fabre, do Ministério Público Federal, que teme que a nova proposta seja ainda mais prejudicial ao meio ambiente do que a original. A licitação foi suspensa pela dona justa esta semana, em resposta a uma ação que questiona a li cença ambiental concedida pela Fatma. Dotô Roger explica que no projeto inicial a rodovia tinha 12 quilômetros. Mas, na licitação, tem 15. “A proposta já não era a mais viável, porque passa por nascentes e ainda existe o peri go de desbarrancamento. Com essa nova alternativa a situação é mais grave ainda, porque pega mais vegetação”, afirma. O procurador encontrou uma série de irregularidades na licen ça ambiental da obra, dada pela Fatma, o que resultou na ação. “O licenciamento está cheio de vícios”, comentou. Pra começar, o Ibama e o instituto Chico Men des (ICM-Bio) deveriam ter sido chamados a darem seus pitacos sobre a obra, já que a área tá pertinho da reserva Nacional do Arvoredo, e a rodovia pode tra zer impacto. Além disso, o go­verno do estado não determinou nenhuma área de proteção am biental ao redor da estrada, pra evitar a ocupação e compensar os danos. “O MPF não é contra esse acesso, que é um anseio da comunidade. Mas a alternativa escolhida deveria ser a menos impactante”, diz. O procurador explica que, na época em que rolaram audiên­cias públicas, foram apresen tadas propostas mais viáveis do ponto de vista ambiental. Uma delas era a ideia de fazer a estrada na parte mais baixa do morro. A outra, de construir um túnel. Na primeira os abobrões teriam alegado que passava por muitas áreas preserváveis, ape sar do desmatamento ser menor do que no projeto que acabou aceito. A segunda, disseram que sairia cara demais.
Batendo pé O consultor da secretaria de Turismo da Santa & Bela, Joceli de Souza, nega que tenha rolado alguma alteração no projeto que foi encaminhado pra licita ção. Hoje vai rolar uma reunião entre os abobrões da pasta pra decidirem como vão recorrer da decisão judicial que suspendeu a licitação. O procurador Roger Fabre pro mete bater pé pra evitar danos ao meio ambiente. “O MPF vai ser firme pra que seja mantida a decisão”, afirma. A equipe de reportagem do DIARINHO aterrissa hoje em Bombinhas pra trocar uma ideia com o povão. Os repór teres vão dar um chego nos pontos mais movimentados da Capital do Mergulho, como praças, postinhos de saúde e botecos, a partir das 14h. Vale fazer reclamos, suges tões de matérias e até botar a boca no mundo. Quem quiser marcar um horário pra receber uma visitinha da turma do jor nal mais lido do sul do mundo pode telefonar pro (47) 3249- 5909. O conversê faz parte de um novo projeto do DIARINHO, que tá dando as caras pelas ci tys da região pra ver de perto os perrengues que o povo en frenta. Até agora, Navegantes, Penha e Balneário Piçarras já foram visitadas. Pra saber quando será a vez do seu município, basta ficar ligado nas páginas do DIARINHO. O jornal avisa com an­tecedência qual será a city da vez.
Publicado no Jornal Diarinho

domingo, 4 de julho de 2010

Realidade X Pesquisa Eleitoral

39% X 38%: SERRA É ELEITO PRESIDENTE DE UM PAÍS CHAMADO DATAFOLHA. ENQUANTO ISSO, NO BRASIL...


5º feira, Campinas-SP: Dilma Rousseff recebe o apoio de 117 prefeitos do Estado de SP -- 50 deles pertencentes a partidos da oposição. O PSDB foi o partido que mais levou prefeitos ao evento, denominado de Movimento Pluripartidário de Prefeitos Pró-Dilma Rousseff. No total, compareceram 25 tucanos. O PT, partido da candidata, e o PMDB, do vice, levaram 22 prefeitos cada um. Esse apoio pode explicar o crescimento de Dilma na região. Nas últimas pesquisas a petista passou o tucano José Serra, no Sudeste.Dilma ainda conseguiu agregar o apoio de mais 9 prefeitos do DEM e 8 do PPS --legendas que oficializaram o apoio ao candidato do PSDB, José Serra. Além disso, o encontro teve a presença de 8 prefeitos do PV...


PARA MEDIR A CONSISTENCIA DO DATAFOLHA VALE RECORDAR O CAVALO-DE-PAU PRODUZIDO PELO INSTITUTO DA FAMÍLIA FRIAS EM 22 DE MAIO [Carta Maior 22-05]


Em um mês [entre o final de abril e o final de maio] o Datafolha 'deu' e 'tirou' 12 pontos de Serra para ajustar os números do instituto à evidência incontornável de um crescimento generalizado de Dilma em todo o país, conforme os levantamentos da Sensus e da Vox Populi já haviam sinalizado. Mais do que colocar o instituto da família Frias e seu diretor, Mauro Paulino, sob suspeição, o cavalo-de-pau de agora, com o empate entre os dois presidenciáveis, reflete uma crise de identidade na candidatura Serra. O patético figurino de um candidato 'cordial progressista' tentado nos últimos meses derreteu pelo artificialismo abusivo que nenhum gênio do marketing pode contornar. A 'virada' do Datafolha não resultou apenas da exposição de Dilma no programa eleitoral do PT, como quer o reducionismo conveniente dos 'analistas'da pág 2. Acontece que o figurino 'cordial progressista', quase lulista, de Serra fere uma percepção difusa porém marmorizado no imaginário social, que é a oposição golpista, sistemática, da própria mídia ao governo Lula, indissociável de seu alinhamento escandaloso à candidatura demotucana. As manobras em alta velocidade do Datafolha apenas corroboram essa adesão agressiva. O que se está colhendo agora é o efeito bumerangue dessa endogamia despudorada: o golpismo de seus aliados na mídia denuncia a farsa de um Serra 'continuador' do governo Lula. Evidencia, ademais, uma profunda crise de identidade de sua estratégia eleitoral, decorrente da falta de um projeto político e econômico convincente para o país. Só o Datafolha ainda não havia mensurado o desdobramento desse vazio, mas agora não dava mais para esconder. As coisas então ficam assim: ou a mídia muda totalmente seu discurso golpista e adere ao 'lulismo' de Serra --com as consequências eleitorais desse 'ajuste' ; ou Serra sai do armário e se junta ao udenismo lacerdista do diretório midiático.
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(Carta Maior; 02-07)