Nos últimos dias,
alguns fatos acontecidos em Porto
Belo abalaram as estruturas da Cidade, afetando seus moradores e até mesmo
àqueles que não moram aqui, mas amam nosso
Município. Como é do conhecimento
de todos, o ex-prefeito, dois secretários municipais e o diretor de compras,
além de alguns empresários/fornecedores da Prefeitura, foram presos em
decorrência de serem suspeitos de
um grande esquema de corrupção e desvio de dinheiro público, que está sendo
investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil.
Essa tempestade que atingiu
Porto Belo no dia 14 deste mês foi encarada por boa parte da população como uma
tragédia, deixando muitos de nós em uma espécie de luto, um misto de indignação
com perplexidade, diante de algo tão inesperado, ainda que anunciado.
Dinheiro público, que
deveria ser conduzido para investimentos básicos, para a compra de remédios,
salário de professores, estradas ou uma nova rodoviária foi desviado em
benefício de pouquíssimas pessoas. É certo que essa questão será apurada pelos órgãos competentes, como já
está sendo pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, devendo ainda ser pelo
Poder Judiciário e pela Câmara de
Vereadores, que certamente irão cumprir suas obrigações legais apurando os
fatos e responsabilizando os culpados.
No entanto, essa
tempestade, que certamente desiludiu e revoltou muitas pessoas, deve nos fazer
refletir sobre a Cidade que temos e sobre as relações do homem público com
valores como a ética, a honestidade e a democracia! Deve nos fazer refletir
sobre nossa participação cidadã na sociedade, nos espaços de poder (Conselhos,
Associações, Entidades de Classe, etc) e sobre nossas escolhas no momento do
voto!
Digo isso, porque é
comum ouvir que algumas posturas seriam aceitáveis na política, alguns valores vinculados
à ética poderiam ser negociados, como condição de sobrevivência de qualquer
pessoa que desejasse entrar na vida pública, participar da política, ou seja,
que não se pode fazer política sem sujar as mãos! Nunca concordamos com esse
ponto de vista! Sabemos que é possível que existam políticos que governem com
honestidade.
Certamente e
independentemente dos fatos, é claro que a vida em Porto Belo deve seguir,
mesmo para aqueles que estão envolvidos em todos estes escândalos e daqueles que
se esconderam ou ainda os que se livraram neste primeiro momento!
A tristeza e a indignação
que estamos vivendo, deve se converter
aos poucos na vontade de melhorarmos cada vez mais, como povo, como comunidade,
como Cidade. Essa mesma revolta inicial deve nos unir em torno do amor que cada
um de nós sente por esta Cidade, uma das mais lindas e belas do país!
Por outro lado, este
fato não pode servir para jogarmos na vala comum todos aqueles que participam
da política, nem tão pouco para impedir que outras pessoas participem dela, de
administrações públicas ou disputem eleições. Fatos como este devem orientar o
interesse de todos nós, mas principalmente da juventude, pelo mundo da
Política!
A tristeza que
sentimos agora, deve nos
fortalecer, trazendo a cada um de nós a responsabilidade que temos para com o
outro, para com os mais frágeis e mais jovens, para com toda nossa Cidade. Participar
é o único caminho para construirmos uma Cidade melhor e para fortalecermos
valores sociais de ética e respeito ao que é público e de todos. Estou certo de
que os fatos ocorridos, passada a tempestade, trarão um grande amadurecimento
social e uma grande bonança frutificará de tudo isso para o bem de Porto Belo!
Lúcia Curlim Japp
RPPN Morro de Zimbros